10 Dia - Avivamento Através do Louvor

O significado bíblico do termo "Avivamento":
No Antigo Testamento:
O verbo hebraico hyh (avivar) tem o significado primário de "preservar" ou "manter vivo". Porém, "avivar" não significa somente preservar ou manter vivo, mas também purificar, corrigir e livrar do mal. Esta é uma conseqüência natural em toda vez que Deus aviva. Na história de cada avivamento, dentro ou fora da Bíblia, lemos que Deus purifica, livra do mal e do pecado, tira a escória e as coisas que estavam impedindo o progresso da causa.

O verbo "avivar", em suas várias formas, é usado mais de 250 vezes no Antigo Testamento, das quais 55 vezes estão num grau chamado piel. Um verbo nas formas do Piel expressa uma ação ativa intensiva no hebraico. Neste sentido, o avivamento é sempre indicado como uma obra ativa e intensiva de Deus. Alguns exemplos são as orações de Davi, como esta: "Porventura, não tornarás a vivificar-nos, para que em ti se regozije o teu povo?" (Sl 85.6), e da oração do profeta Habacuque: "Tenho ouvido, ó Senhor, as tuas declarações, e me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e, no decurso ou no meio dos anos, faze-a conhecida; na tua ira, lembra-te da misericórdia" (Hc 3.2).

No Novo Testamento:
Temos no Novo Testamento grego um conjunto de palavras que expressam o conceito básico de avivamento. Que São: ‘egeíro, ‘anastáso, ‘anázoe e ‘anakaínoo. Outras palavras gregas comparam o avivamento ao reacender de uma chama que se apaga aos poucos (cf. ‘anazopyréo em 2 Tm 1.6) ou uma planta que lança novos brotos e "floresce novamente" (cf. ‘anaphállo em Fp 4.10).

No Novo Testamento grego as palavras aparecem no contexto de avivamento, apenas sete vezes, embora a idéia básica de avivamento seja sugerida com mais freqüência. Uma possível explicação para tão poucas vezes aparecerem os termos, em comparação ao Antigo Testamento, é que o Novo vive apenas uma geração, durante a qual a Igreja desfrutou, na maior parte do tempo, uma vida espiritual quase que igual.

O que não é avivamento.
Antes de falarmos sobre avivamento bíblico, propriamente dito, eu acho ser de grande valia falar-mos, um pouco sobre, o que não é o padrão teológico de avivamento.

Avivamento não é um programa agendado pela igreja. (tal dia o fulano de tal virá avivar a nossa igreja)
Avivamento não é ação da igreja, mas de Deus. Avivamento é obra soberana e livre do Espírito Santo. A igreja não promove e nem faz avivamento. A igreja não é agente de avivamento. A igreja não agenda e nem programa avivamentos. A igreja só pode buscar o avivamento e preparar o caminho da sua chegada. A igreja não produz o vento do Espírito, ela só pode caminhar em direção a esse vento.

A soberania de Deus, no entanto, não anula a responsabilidade humana. O avivamento jamais virá se a igreja não preparar o caminho. O avivamento jamais acontecerá se a igreja não se humilhar. Sem oração da igreja, o fogo de Deus não descerá. Sem busca não há encontro. Sem obediência a Deus, jamais haverá derramamento do Espírito. Contudo, quem determina o quando e o como do avivamento é Deus. Ele é soberano.

Avivamento não é mudança doutrinária.
Cometem engano aqueles que querem deixar de fora a teologia bíblica e desprezar o ensino na busca do avivamento. Desprezar o ensino é destruir os alicerces da vida cristã. Desprezar o ensino é querer levantar uma construção sem o fundamento à base. Desprezar o ensino é querer por um corpo de pé e em movimento sem os ossos.

Não há vida avivada sem conhecimento de Deus. O ensino é à base da ética. A teologia é mãe da ética. "Assim como o homem crê no seu coração, assim ele é" (Pv 23.7).

Vida sem disciplina gera misticismo e experiencialismo subjetivista. Avivamento sem doutrina é fogo de palha, é movimento emocionalista, é experiencialismo personalista e antropocentrista. Deus tem compromisso com a verdade e a sua Palavra é a verdade e todo avivamento precisa estar fundamentado na Palavra. O avivamento precisa estar embasado nas Escrituras e não por sonhos e visões. Precisa estar dentro dos ditames da Bíblia e não dentro das revelações subjetivistas, muitas vezes feitas na carne.

Uma oração por avivamento e a promessa de sua ocorrência encontramos também em Joel 2.28-32; Habacuque 2.14-3.19 e Malaquias 4.

No apogeu de um grande avivamento Jesus aparece e é batizado por João Batista. Escolhe e treina seus discípulos; ascende aos céus, deixando-os na expectativa de receberam a promessa do Espírito (Lc 24.49-53; At 1.1-26). O poderoso derramamento do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, inaugura o avivamento que Jesus havia predito (At 2.1-47). "Marca-se, assim, o início de uma nova era na história da redenção. Por três anos Jesus trabalhara na preparação desse dia – o dia em que a Igreja, discipulada por intermédio de seu exemplo, redimida por seu sangue, garantida por sua ressurreição, sairia em seu nome a proclamar o Evangelho ‘até os confins da terra’ (At 1.8)" (14).

O livro de Atos registra a dimensão desse avivamento. Avivamento em Jerusalém, em Samaria, em Antioquia da Síria e em Éfeso. E de lá para cá, são muitos os relatos da obra vivificadora do Espírito Santo na história da igreja, como por exemplo, na Alemanha com a Reforma Protestante do século XVI, na Inglaterra no século XVIII, entre os negros Zulus da África do Sul na década de 60 e na Coréia do Sul nestes últimos tempos, dentre outros.

Eu creio que este é o tempo que Deus está movendo como um "fogo abrasador" que nos purifica e nos santifica para uma vida cristã de obediência à sua Palavra para vermos em nossos dias um avivamento...